Março 2007 (parte 2)

A semana seguinte começou com certo alivio, pois, foram duas noites ótimas e na próxima sexta seria uma noite com três bandas de hardcore independente rockillers, fake toys e Boêmios Punk, hoje pareceria loucura marcar uma sexta a noite com 3 bandas de hardcore, naquele tempo também, a diferença é que não sabíamos disso, resultado, pouco publico, pouco consumo, e galera reclamando que aquilo não era hardcore era emo, eu pra falar a verdade nem reparei, só conseguia enxergar duas gatinhas na minha frente, Nara e Marcela, duas irmãs lindas, que freqüentavam muito o bar naquela época, mas depois pararam de ir devido a programação ter mudado, falo mais sobre elas no meu blog pra maior de 18 anos.

No sábado uma grande noite, descoberta minha, modéstia a parte, a banda No Code, pearl Jam cover, uma banda maravilhosa de Sampa que lotou o bar e se tornou residente da casa por muito tempo, umas historias legais pra contar desse dia, o Bruno sempre encheu o saco porque eu tinha costume de por o pé nas coisas dentro do bar pra amarrar o cadarço, nesse dia eu voltei a repetir esse comportamento e me dei mal, coloquei o pé na prateleira onde ficavam os copos de caipirinha, quebrei todos, fiquei com tanta vergonha que até me abaixei, a sorte é que tinha saído tantas caipirinhas que a maioria dos copos estavam circulando pelo bar, no meio da noite, uma amiga nossa “S” que tinha trazido seu namorado de outro estado só pra ver esse show resolveu beber alem da conta e ficou completamente bêbada e começou a dançar e ficar insuportável a ponto de o namorado largar ela pra lá e ficar só curtindo o show, acontece que a garota invadiu o bar, foi até o Bill que estava recebendo comandas, tirou algumas fotos e subiu no balcão, a garota estava com uma mini-micro saia, o Bill ficou desesperado pedindo pra ela descer, ainda me lembro e dou muitas risadas desta situação, Bill gesticulando com os braços de forma nervosa e com vontade de ficar olhando por debaixo daquela miniatura de saia, ele dizia com olhos arregalados e mechendo os braços “Ai meu Deus, xaninha”  era realmente uma delicia aquela garota, essa mesma garota arrumou briga com uma garota antes dessa situação e as duas brigaram em frente ao balcão e o namorado da outra menina deu uns chutes nela, fiquei inconformado e dei uma gravata nesse cara, quase matei o cara enforcado mas tudo se resolveu, essa noite foi o melhor show desta banda no Woodstock

Na semana seguinte o que nos aguardava era uma noite indie com a banda formigueiro, uma excelente banda por sinal, com influencia direta do mangue beat, mas não foi uma noite boa de publico e nenhum fato aconteceu neste dia além de uma bela apresentação da banda, a outra banda Bicho Gente não pode comparecer.

No sábado era o show que eu mais esperava o Pantera cover, uma banda reconhecida de Sampa, vencedora do MTV covernation, uma coisa desagradável aconteceu na tarde que antecedeu ao show, os caras da banda ligaram pra gente putos da vida porque não queriam nenhuma banda de abertura, eu tinha chamado a banda kamala pra abrir o show, kamala é a banda mais carismática da cena thrash metal de Campinas, uma puta banda, fomos obrigados a cancelar o show com os caras senão a banda cover não sairia de Sampa, isso deu uma puta repercussão negativa pra banda cover, mas graças ao Deus do rock, o kamala entendeu o nosso lado e até foram ao show pra ver a banda da qual são fãs, num gesto extremo de humildade e boa vontade, o que já faz por merecer um futuro brilhante pra essa banda, voltando ao show, foi excelente, casa lotada, publico gritando, cantando, batendo cabeça, foi um puta show, muito rentável, porém a banda saiu meio que queimada desse show e foi substituida por outra também de Sampa Reinventing Hell que é extremamente melhor e são muito mais gente boa.

Mais uma semana se foi e outra estava por vir e ainda não estávamos em uma rotina, na próxima sexta marcamos com duas bandas que não prometia muito, os Mutantes e Bizarros e o Dodjão do Blues, chegando o dia uma grande surpresa METRALHAVA meus pré-conceitos sobre as bandas, era ainda 9 horas da noite e a casa já estava cheia, o estacionamento lotado de carros do ano, la dentro pessoas entre 30 e 80 anos pra mais, uma galera diferente que até então nunca haviam ido ao bar, e que também não voltariam se aquelas bandas não voltassem a tocar, fizemos de tudo pra que se sentissem em casa pois, esse publico muito nos interessava, Mutantes e Bizarros mandaram um classic rock bem animado, o Dodjao foi a grande surpresa, uma senhora de mais de 60 anos no vocal destruidor mandando blues e clássicos da jovem guarda, foi a banda responsável pelo publico na casa, grande noite.

No sabadão uma das bandas mais esperada pela galerinha indie, We Are The Clash, fazendo um tributo fantástico a essa que foi uma das maiores bandas da Inglaterra, o publico foi pequeno pois no mesmo dia estava tendo um show do zumbis do espaço no bar do Zé, e o publico é quase o mesmo, o mês acabou acredito eu que até bem, pois até então eu não tinha o habito de anotar caixa de entrada, saída, caixa fechado, publico, bilheteria, banda e nem porra nenhuma.

Rei Wood